Entre a majestosa hora de ser feliz
ou tonto ondular de estrelas

Em meio ao canto dos homens
desfaleço de pensar

Ah, solidão em forma de quimera
que me dar nas teias

de amasiar aos monstros
com uma simplicidade de mortal

e amá-los como aos meus animais
os seus mais ardorosos instintos

E não querer convencê-los
nem domesticá-los em nada

Deixem que aprendam por si
as têmperas da fraternidade

Da maneira mais correta
vejo o céu, ele me diz

O seu azul é vagueza
e o seu infinito, sonho

Meus olhos cabem tudo isso
e um pouco mais 

de tudo aquilo que tenho que lembrar
aquilo que tenho que esquecer
e de tudo aquilo que tenho que apagar

Na ingratidão e esperteza dos malvados, suas línguas 
nunca mais me desfaço, tão pouco lamento

Tais animais, desejam saltar
onde suas propensões não alcançam

sofrem como jumentos, ou como ratos
devo ainda assim amá-los

e despertar em seus apetites
uma incerteza qualquer do belo

mesmo que emergida da inveja
da reação à dança e ao que veleja

uma tenaz obstinação e fome
somente isso já basta

na insaciável onda de calor que perpassa tais corpos
e na marmórea fremitação de suas almas

alguma compaixão sequer
talvez refulgentará em graça

amém.   
                  

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Paulo Tiago dos Santos

Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...

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