Minha senhora
eu vi o segredo da vida
escondido no capim, eu vi

Minha senhora
ouvi o silvo picado
do passarinho no jardim

Minha senhora
sorri do veneno da víbora
mas foi da sua cor que eu corri

Minha senhora
estive no campo ervado
e no meio uma árvore eu vi

Minha senhora
era alta e larga a sua copa
e moravam abelhas ali

De longe, minha senhora 
não foi árvore nem casa de bicho 
o que vi foi o povo dali

Minha senhora
remoçavam o segredo da vida
e de longe foi só o que senti

Minha senhora
era tudo um grande passado
e não quero entender pois eu vi

Eu menino, minha senhora
nos meus olhos de pequeno
que até hoje não esqueci

E posso contar sem canseira
só persigo outra beleza
a alcançar a beira desse pouco do que vi

E apesar de você, minha senhora 
do que guardo em minha memória    
amanhã posso sorrir


   


 

  

Paulo Tiago dos Santos

Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...

Visualizações de páginas da semana passada