Para fazer uma pedagogia dos pássaros
para aprender a voar...
é preciso respeitar o espírito
e amá-lo em minúcia
a mais insignificante desordem
à sóbria ondulação de beleza
é absolutamente próprio aceitar a sua vastidão
a sua animalesca forma e sua imprecisão
e todas as eras que o contorna
sobre a anelante idade da terra...
reagir as suas ingratidões pode ser o mínimo
em alguns casos é preciso aniquilá-la
com a certeza típica do amor fulgente
e impregná-lo de dor
porém, acaçapá-lo em seus mais ardorosos sonhos
e inoculá-lo ao acréscimo de estrelas
Duma coisa variável que serpenteia
arranca-se a irritável imprecisão
das escalas, elevando o ouvido ao dom
e os passos ao que primanceja no vento
uma qualidade de brisa
Deve-se obstinar a propensão aos textos
fustigando o desejo, as suas primeiras relvas
e incinerar o imperfeito com danças
notando sempre a freqüência
dos elementos que o norteia, o seu agenciamento
a sua simbiose recalcada em arquétipo
Sobretudo o seu ambiente
deve estar sob a égide imoralista
é preciso apagar todo o traço militar
e ensinar Deus a pintar
para fazer criatura mais bela
Embebida sob a desordem de um liceu
dispor à sua mão materiais refulgentes da memória da terra
para observar com afinco, queimar os céus
de pura contemplação
e compreender sua presença insensata
ensinar sumamente a respirar
Apreender a consistência de suas inclinações
para uma ciência do belo
como manifestação da qualidade de voar
é aceitá-lo em sua espontânea presença,
como novidade ou a tríplice partição das ondas
na infinita e gigantesca soma que refrega no mar
Nenhum comentário:
Postar um comentário