Como se as vitórias precedessem a liberdade,
pelo que a fronte do homem subverte aos males.
Fez-se poço luz avançada na morte,
onde as primeiras partículas se fizeram.
Onde nossos ombros não findam,
onde não cruzamos os braços e nem arrepiamos.

Você obscuridade, o que me diz destas cidades,
destes homens, destes solos em que pisam,
você prosperidade é para mim
uma cristalina aparição falsa e vaga,
meu pisar espinha as selvas,
as vasilhas, as vozes e canções.

Aquele que me diz o que tenho que fazer.
Você me diz que tento esquecer suas canções,
são nossas afinações, nossos dissabores,
a voz imaculada que sai de mim
e me transforma em um pequeno homem frágil,
um pequeno sonhador, um pequenino de aparição.

Você amanhã, só você,
não há nada que possa guardar
que me mostre a face da felicidade
todas as derrotas dos homens servem
à vontade de uma outro homem
que entrega sua ação
num vasilhame impregnado de querer,
somos vozes antes de tudo, puras, finas vozes.
Antes de tudo somos vozes.

Um comentário:

  1. Que bom ver que está tão fertil de linhas e de poesia. Bom mesmo! E que a poesia seja como esse mato de que fala, que só quer crescer.

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Paulo Tiago dos Santos

Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...

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