cantar a intercalação das asas das borboletas

atravessar uma ponte no poente e lamentar

desistir sem remorso de todos os meus sonhos

amansar o pelo de um gato e tomar sua ornamentação meu dom

estar com você numa praia e dizer em seus ouvidos, segredos

ser melhor do que sou, ter tido cuidado com meus dentes

um instrumento que só tocasse o som do mar em escalas diatônicas

um falo bem grande para fazer doçuras em minhas mucosas

a sobriedade do gozo, a sua imortalidade em todas as minhas ações

um remédio para a sensibilidade ou fazer todo mundo amar

não reconhecer as falhas nas amenidades dos morais e suas falsidades

envergonhar-se apenas por não ser verdadeiro e instintivo com as palavras

desenhar uma deusa nua sem cintilância para que os homens reconheçam os deuses e quando de fato chegarem a ser homens entendam os deuses e quando chegarem a ser deuses entendam os homens      

Escrever poemas para as mulheres que amo para animá-las e estimá-las
e deixá-las molhadinhas...  
  
     

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Paulo Tiago dos Santos

Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...

Visualizações de páginas da semana passada