Como uma luva
e um vasilhame com marcelas
um pensamento sem eiras
é o meu amigo sem rosto
Douro os trapos do pior linho
e compro coisas sem olhar os preços
me sento na calçada
me perco no caminho
e abro um livro
sem as páginas do começo
A consistência do ninho
e a desilusão dos ascetas
termino uma ação de apertar
e logo um parafuso luído
solta do meu ventre
como um filete de mágoas
o salvo conduto de andar
sem nenhuma dor na alma
e não ter por que chorar
apenas velhos amigos, enterro
E toda definição me escapa
de um coração que lamenta
é como o abandono das cartas
a triste exatidão das sereias
e o canto do acrobata
e a exarcebação das princesas
seus anseios e paixões idiotas
a educação aristocrata
e seus cabelos de bosta
e a tudo que ainda rasteja no mundo
é a minha primeira queixa
Há um longo tempo a esquecer
que durará exatos dois séculos
de grande cansaço e vazio
preparem-se geração descaminho
para o céu voltar a ser
novamente um desafio
e Deus levantar da sua cova
com um rosto maquiado
dizendo para todo mundo
gente, estou aqui ao lado
e sair cantando e dançado
num baile de mascarados
como um travesti feliz
cheio de pluma e purpurina
sem brumas, nem fogo nas narinas
apenas tomando um gim
O mundo será tão feliz
e todos sairão do armário
neste dia ninguém mais
vai procurar nenhum culpado
Cristo voltará carregando a cruz
ele mesmo enterrá-la na terra
e subirá como peralta
e fará um discurso sagrado:
A alegria é um santo remédio!!!
Do mais fundo ao mais raso
apenas um sorriso largo, meus amores!!!!
Sim... A terra é todo esse perigo
é bela e fera
e fiquei tanto tempo perdido
nessa cruz, apenas para vosso castigo
mas, de tanto terem pedido, vou cantar!!!!
Então o Dj solta o Play
e uma multidão
completamente embebida
do sentido lato da palavra amor
dominará contente...
Sim, ainda haverá guerra
durante 5 mil anos ou mais
num grande teatro infinito
para apurar melhor os sentidos
haverá única guerra, plenamente...
Estética... e será uma outra era...
Nenhum comentário:
Postar um comentário