Talvez o ébrio
longe, anima
Doce a minha satisfação
não sei, nenhuma certeza
Num momento permaneço inerte
no outro sonhador
Hoje, por exemplo, fui náufrago
no cinema, na palavra, ao passar
Aquilo que esvai meu sentimento
nada, e com muitos acentos de azuis
Sou nada... antes um mal estar
do que estar algum, ó minha amada
Nosso campo de flores, cores
nenhuma síntese alcança esse lugar
Horizonte, esse lugar horizonte
mais um, a pele, a náusea, a dor
Você, meu amor, é paisagem
ora, meus dedos não podem te tocar
No entanto, a sua voz suave é parte de mim
quando passamos sob a nua ilusão
Ornei meus cotovelos, eles não reagem
ornei minha alma, o que é definitivo em mim
Passageiro, não há volta
nem nada, no outro, dia, lamentar
De todas as ilusões, a mais inaceitável é o tempo
sua permanência incumbe nenhuma razão
Ah... longos anos a sua espera
não há como entender, é fera, é fogo, é chão
se, que, dia mais invernal, homem, estas, coisa que deserta, imensas
assim combinava meus encontros casuais
Se colado no peito tem costelas
a pele, o nervo, o fio, a coalizão
nessas horas, toda exatidão fala, não cala
prima a solidão e ritornela
um conselho feito de silêncio
vindo do sentido do mato, sua vibração
Dolores, moça minha...
quantas vezes terei que ninar tua loucura mais bela!