Estava deitado em minha cama
cozia um trapo e tomava a sua altivez
como a melhor vertigem dos dias

Ela aparecia e serenava, meus olhos brilhavam
e daquilo que não sou capaz, sonhava

Uma canção estava feita em partilha de mim e ti
ta-te, ta-te, bate a mão, bate, um abraço pra dormir

Sonhava apenas e amava teus olhos negros
que tornavam minha feição mais bela

Ai se minha ternura alcance suas mãos...
tomaria qualquer desonra por finuras
Deixaria todo mar... que importa o mar?
se teus cabelos nunca hei de afagar

Pois que o penteio com fina escova e carmim
em teus seios, zombam de mim, ai se zombam

Meu corpo, meu elo, meu desvelo...
não me precavejo, posso aprender a amar

Dia desse, um café, desenhos, palavrinhas tuas, minhas
E o que você guarda dentro de ti, vindo dos seus olhos...

Espero, enquanto estimo, tento estimar
a tarde que cai.    

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Paulo Tiago dos Santos

Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...

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