Tornei-me em máquina
para o meu desespero
escondo meu zelo
e percorro o véu
de minhas esperanças
de minhas esperanças
nas tuas danças
ou na louça antiga que balança
e teima topar na parede
tomba com o vento
belisca meus ouvidos, num lamento
dum fastio que resvala em suor
e desfaz-se em nenhum sentimento...
Meu corpo, ando e sinto
como símbila e marear
posto que a fonte embaraça no tempo
ai de nós, senão o tormento
devo cantar, o beijo
meu desespero é ver tal dezembro chegar...
Numa cantiga feita de pedra
tento alisar com esmero as palavras
que minhas emoções já não significam nada
por isso esse poema não vibra, só cala.
Nenhum comentário:
Postar um comentário