maluco cuco
maluca cuca
me escuta
me escuta
meu amor
as suas únicas
palavras que me assustam
ai, maluco cuco
ela é maluca cuca
e eu, aqui sozim
sem saber que longe, muito longe
olha que alguém prezava por mim
mais eu, assim, sozim
fiquei devagarinho
um homenzinho, tão mau, tão vil
por que meus pensamentos
mesmo sendo limpos
pois que passam, somente passam
e descem sobre as folhas, as matas, o pirarucu e toda passarada
são meus pensamentos, feito de cordilheira e densa água
ai que marear de estrelas, que me mata, que me mata
e eu de tango pensar
maluco cuco
ela de tanto me amar
maluca cuca
e o muco do astuto
que escreve essas palavras
parece com a torção
da abelha que me ferrou
e nem doeu, que nada, que nada...
abelhinha era a minha perdição
hoje vem dormir comigo
e me lambe com  ferrão
só por sua diversão
deixo ainda ela escapar
pois assim não tem nem graça
já pensou se ela estupora
ficaria com uma pena
da pequena que de tanta paixão
pela febre das flores
pela ordem da colmeia
é capaz de se lascar
só com uma ferroada
pense em tanta lealdade
foi feita pra carregar
o pólen de um lugar
a outro lugar
que importa se cair
um pouquinho pela terra
dessa coisa que me arde, que me arde, que me arde...
que não cansa de arder, somente quando estou contente
com a tarde, com a tarde, com a tarde...
que chega, ai se chega...
qualquer hora em que esquecer
das saudade, da saudade, da saudade
que eu sinto de você
que me arde, que me arde, que me arde...              
  

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Paulo Tiago dos Santos

Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...

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