O que sou?
Vento, antes diria malgrado o erro
reconfortava-me tomar nos cabelos
a brisa e sonhar, bastava
sentia o véu no tempo de luzes
era menino e me tombava
só conhecia a primavera e o presente
foi aí que lembrei daquele redemoinho
já havia visto repteis, vampiros, ondas
e cruzeiros em todo marear de sensações
mas, o avant do vento sobreposto ao selo de uma incerteza
lançada na atmosfera de poucas palavras
confluiu para o meu mais temível pensamento
era um sério, acumulado em consciência
um instante, rebento e maior
novamente era uma primeira estrela
com uma sensação da impiedade marcada vida
da cruel ilusão dos tempos
da vagueza somática dos espaços
da incerteza re-condicionante das palavras
da simples reinvenção através dos eventos
da natureza, do espirito do homem, e nada mais.
O meu olhar caiu sobre meus ombros
Com a vergonha e o complexo de um pai
Como a vertigem de um despenhadeiro
Ando contando os meus passos, nada mais.
Essa firmeza com que piso ao mesmo tempo
É uma certeza de que nada sou ou será
Tenho-a plena, por que nunca me há sossego
A paz é uma lavra que continua por tormento
Quando ao espirito, em sumo consciência
Deseja mesmo, de verdade, não ver o vento
Mas fabricá-lo ou dominá-lo e brincá-lo
Como um fluir a forma e atravessar o nada mais.
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Paulo Tiago dos Santos
Nascido em Vitória da Conquista, "carrega água na peneira" desde pequeno, de 1900 e... esqueci...
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